8 de agosto de 2009

Ah, essas coisas...

.
Certas coisas, não mais as processo, não mais as digiro...
Mas não as vomito, também, pois que sequer as engulo...
Ficam entaladas aqui, essas coisas;
não entram, não saem, não vão, e não vêm...
Travam-me a voz, essas coisas;
perturbam-me o sono, o despertar e o viver.

Certas coisas, já não consigo fingir que não as vejo,
que não as sei, que não as sinto...
Agarram-me, tais coisas, pela gola da camisa,
e me sacodem, violentas, às vezes, insistentes, incisivas.
Querem de mim que eu as encare, e as enfrente;
que as decifre e devore; que as reconheça, e assuma.

Querem de mim, essas coisas, o que de mim mais me custa,
o que de mim mais me assusta, e o que a mim mais amedronta.
Querem de mim, essas coisas, aquilo que de mim evito,
aquilo que é em mim um grito, e que de mim se esconde,
e do que, em mim, me escondo...
Adiamo-nos, enfim, essas coisas, e o que elas me querem dizer...
.

Ah, essas coisas...

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Certas coisas, não mais as processo, não mais as digiro...
Mas não as vomito, também, pois que sequer as engulo...
Ficam entaladas aqui, essas coisas;
não entram, não saem, não vão, e não vêm...
Travam-me a voz, essas coisas;
perturbam-me o sono, o despertar e o viver.

Certas coisas, já não consigo fingir que não as vejo,
que não as sei, que não as sinto...
Agarram-me, tais coisas, pela gola da camisa,
e me sacodem, violentas, às vezes, insistentes, incisivas.
Querem de mim que eu as encare, e as enfrente;
que as decifre e devore; que as reconheça, e assuma.

Querem de mim, essas coisas, o que de mim mais me custa,
o que de mim mais me assusta, e o que a mim mais amedronta.
Querem de mim, essas coisas, aquilo que de mim evito,
aquilo que é em mim um grito, e que de mim se esconde,
e do que, em mim, me escondo...
Adiamo-nos, enfim, essas coisas, e o que elas me querem dizer...
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